quinta-feira, 24 de abril de 2014

Os Planetas de Aldebaran - A Pluralidade da vida no Universo


Confesso que, para meu eterno pesar, apenas tive contato com quadrinhos adultos quando entrei para a faculdade. Até antes disso, pensava ingenuamente que toda a produção de quadrinhos se resumia àquelas Hqs de super heróis que via todo o dia, na banca de jornal da esquina.

Como já falei, foi só na universidade, quando já adulto, que tive contato com esse gênero de trabalhos de cunho mais maduro, como as excelentes excelentes obras produzidas por Neil Gaiman (em especial Sandman), Allan More (Watchmen, V for Vedetta), Frank Miller(The Dark Knight) e outros que, mesmo trabalhando muitas vezes com os mesmos personagens e até mesmo os mesmos contextos das Hqs infanto-juvenis, conseguiam desenvolver trabalhos profundos e muito bem elaborados. Nessa mesma época também, comecei a notar como o mercado de quadrinhos é monopolizado pelas editoras norteamericanas, e tive acesso(embora com alguma dificuldade) a excelentes trabalhos de editoras europeias, sendo que um dos que mais me agradou foi a saga Os Mundos de Aldebaran, da editora francesa Daurguard, e desenhado, coincidentemente, por um colega tupiniquim.

Os Mundos de Aldebaran Trecho da capa do Livro II
Como se pode constatar por outras publicações do blog, sou um fã aficcionado pela ficção científica, sendo que o citado trabalho não foge à regra, sendo até, ao menos na minha humilde e descartável opinião, um ótimo trabalho do gênero. Passando realmente ao que interessa, ou seja, ao enredo, esse se inicia no 2184, quando cem anos antes, a primeira missão de colonização do espaço, perdeu total contato com a terra, assim que chegaram ao planeta Aldebaran. Embora com poucos recursos e sem nenhum contato com a terra, os "aldebarianos" conseguem, com algumas limitações, construir uma civilização adaptada ao seu novo mundo. No entanto, tal civilização não é uma utopia, sendo que puluam na história, exemplos de fanatismo religioso e práticas autoritárias. Um bom exemplo, é a regressão de praticamente todos os direitos civis, particularmente os das mulheres, que são absurdamente obrigadas a ter um número mínimo de filhos (mínimo mas assustadoramente alto). Claro, que na história se pode ver movimentos de resistência tanto ao fanatismo religioso quanto às práticas autoritárias, seja de modo organizado(a resistência), seja de forma difusa(interessante mencionar que o autor da revista é um ex-exilado da ditadura militar).


Os Mundos de Aldebaran, Trecho da capa do Livro III
No entanto, o foco principal da história não é a luta política contra o autoritarismo e conservadorismo presente em qualquer agrupamento humano(embora esse permeie toda a trama), mas o contato dos seres humanos com a fauna e flora extraterrena, particularmente o contato com uma estranha e misteriosa criatura chamada Mantrisse, que é o foco de toda a trama.
Mantrisse. Os Mundo de Aldebaran, Trecho da capa do Livro VI

Confesso, que uma das coisas que mais achei legal nos citados quadrinhos, foi a criatividade do autor na criação da fauna e flora extraterrestre. Já que em obras do gênero, é muito comum os autores caírem no erro de considerar que qualquer forma ou tipo de vida fora da terra, terá de seguir e se ater as mesmas limitações terrenas (vide a ficção científica clássica).
Esse é um ótimo exemplo do que falei acima!
Outro exemplo...
Acredito pessoalmente que o universo é muito grande, e as possibilidades de formas e modos de vida nele são inimagináveis. Como o brilhante, e de conhecimento absolutamente obrigatório, Carl Sargan dizia, nossos conhecimentos sobre a vida evoluiria imensamente, mesmo que apenas tivessemos contato uma amostra de vida unicelular extraterrena.

Para quem se interessou pela revista, ou simplesmente gostaria de navegar mais um pouco no universo criado nessa genial Hq, a Dargaud criou uma página exclusiva para isso.


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