Nesse final de semana, tive a oportunidade de ver um angustiante, mas extremamente interessante filme, chamado The Road, produzido em 2009, e de direção de Jonh Hillcoa.
A película retrata um futuro pós-apocalítico, onde, por alguma razão não explicada, os céus se tingiram de cinza e o brilho e calor sol se tornaram muito fracos, quase inexistentes. Esse fato, passado anos antes do início da história, levou, simplesmente, ao fim da civilização, já que significou o fim de qualquer vida vegetal e, por consequência animal, ou seja, o fim de toda nossa base alimentar.
A película retrata um futuro pós-apocalítico, onde, por alguma razão não explicada, os céus se tingiram de cinza e o brilho e calor sol se tornaram muito fracos, quase inexistentes. Esse fato, passado anos antes do início da história, levou, simplesmente, ao fim da civilização, já que significou o fim de qualquer vida vegetal e, por consequência animal, ou seja, o fim de toda nossa base alimentar.
Os seres humanos que aparecem nesse filme, se tratam apenas de meros reflexos, fantasmas da máquina, se apresentando ou como nômades, revirando o lixo de tempos passados para sobreviver, ou simplesmente como feras, se alimentando de sua própria gente, ou seja, se canibalizando. E é nesse mundo de desespero e queda, que um homem tenta sobreviver e levar seu filho através da longa e fria estrada.
Desde o início do filme, fica evidente que nenhum dos personagens possui nenhuma perspectiva de melhora quanto à situação. Sendo que, ao contrário, todos estão certos sobre a inevitável morte ao horizonte. Essa mesma convicção é manifestada pelo próprio ambiente, que é sempre mostrado em cores cinzas e sombrias. Cores, que além de denotarem a degeneração do meio, também nos permitem a constante ideia de sensação térmica do mesmo. Sem o sol, a fome não é a unica sombra que paira sobre todo o filme, o frio, a hipotermia, para ser mais específico, também é bastante presente.
É curioso notar, como as cores são importantes no filme. Além de manifestarem, conforme já referido, o frio e a decadência do ambiente, elas também servem para mostrar o quão diferente do da realidade mostrada era aquele "outro mundo", aquele anterior ao "encobrimento do sol". O que pode ser visto nos momentos em que o pai do garoto sonha com fatos anteriores ao inferno que vive(esses são seus únicos sonhos), as cores das sequência são vivas e fortes, contrastando fortemente com todo o visual cinzento do restante do filme.
Mais do que isso, as cores vivas simbolizam uma das principais chaves do filme. O fogo. É o fogo, claro, em um sentido meramente simbólico, e constantemente trocado entre pai e filho, que vêm nele, o símbolo de sua determinação em continuar vivendo, em sobreviver.

Esse mesmo fogo, também pode ser simbolizado pela própria criança. Que diante de toda a bestialidade e escuridão apresentadas, se mantém até o final da trama, como o único farol de humanidade e calor restante. Como seu próprio pai resumiu em uma das cenas, "o menino era a unica coisa que o mantinha vivo, ele era o seu deus". No entanto, como dito em outra cena, "existe algo de desesperado em levar um deus por uma estrada daquelas".
Em resumo, não posso dizer que o filme tenha sido um dos melhores filmes que já vi, ou sequer que se trata de um dos melhores lançados naquele ano. No entanto, creio que ele merece ser visto, principalmente porque se trata de um ótimo exemplo de manifestação indireta de emoções e sentimentos no cinema, o que o filme faz através de cenários e sequências absolutamente angustiantes e depressivas.