Se um dia fosse elaborada uma lista com os melhores games de todos os tempos, imagino que, certamente, um deles seria Shadow of Colossus, um jogo de ação-aventura, produzido pela Sony originalmente para o playstation 2, em 2005. E não falo isso apenas pela jogabilidade, que é excelente. Mas também pelos gráficos, que ainda superam muitos jogos da nova geração, e pela história, que é incrivelmente bem construída e instigante.
Toda a trama do jogo se passa em um lugar e passado distantes e indeterminados. O jogador, assume o papel de Wander(acho que a pronúncia é Wanda), um jovem guerreiro, que diante da morte de sua amada(sacrificada por sua tribo, por acharem que ela estava amaldiçoada), faz um pacto com uma espécie de divindade demoníaca, chamada Dormin, para poder tentar revivê-la. Segundo o acordo, ele teria de matar os dezesseis guardiões que impediam a citada entidade de adentrar ao nosso mundo. Sim, você leu direito. O protagonista do jogo, o sujeitinho de cara de menina(boa parte dos heróis masculinos dos games japoneses tem a mesma característica), luta por todo o jogo, para poder salvar seu amor eterno e, simplesmente, trazer o apocalipse ao resto do mundo(foda-se o mundo, eu amo ela). No entanto, trazer o fim do mundo não é uma tarefa fácil, porque apenas de posse de uma espada(roubada), um arco, e de seu fiel cavalo(eu adoro esse cavalo), ele terá de localizar, enfrentar e abater os citados guardiões, que podem ser descritos, de forma simples, como muito, muito, realmente muito grandes. Em síntese, você se sente controlando uma maldita formiga quando luta com eles!
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Momento em que você pensa: Foi um jogo bom enquanto durou... |
Quanto à jogabilidade, essa é, como já disse, excelente. Praticamente, se pode fazer qualquer movimento no jogo, como pular, rolar, correr e até escalar montanhas, ruínas e construções. Sendo que toda a movimentação do personagem é fluida, não havendo em nenhum momento, ao contrário de muitos jogos recentes, a impressão que se está controlando um robô ou um boneco. Também não pode ser esquecido, que Shadow of Colossus trouxe um conceito absolutamente inusitado aos jogos de sua geração. Até aquele momento, em jogos onde você tinha personagens que possuíam montarias, digo, animais de montaria, quando montado, você controlava tanto animal e cavaleiro como se fossem um único ser. Em Shadow the Colossus, ao contrário, você controla apenas o protagonista Wander, sendo que seu cavalo, Agro(adoro esse cavalo), não é controlado diretamente pelo jogador, e tem respostas naturais, bastante semelhantes às de um animal normal, como medo, ou cansaço. Fato, que dá uma noção de veracidade e realidade, uma possibilidade de imersão do jogador, muito maior ao jogo.
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Não tenho palavras para expressar... |
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... como isso é foda! |
Quanto às lutas contra os já citados guardiães, os Colossus, elas poderiam ser descritas, apenas, como uma melhores e mais fantásticas experiências que se poderia ter com um Joystick. Como já disse, os monstros enfrentados possuem dimensões ridiculamente grandes. Sendo que, algumas vezes, eu me pergunto se eles realmente conseguem sequer ver a pequena formiga que controlamos. Qualquer possibilidade de conflito direto, portanto, se mostra fora de cogitação, obrigando o personagem, quase sempre, a se usar dos mais variados artifícios para abater as monumentais criaturas. Embora isso não torne o jogo, exagerada ou impossivelmente difícil, diria até, que a dificuldade exibida, é em um nível médio.
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I HAVE THE POWER!!!! #últimas palavras |
Voltando à análise do gameplay, uma das poucas críticas que se poderia fazer, é quanto à inexistências de minions ou qualquer outro desafio além dos citados Colossos. Na verdade, a maior parte do tempo jogado, é passado correndo e cavalgando por vastas pradarias, florestas, e desertos, tentando encontrá-los. Outra crítica, é quanto a existência de trilha sonora somente durante os combates(embora essa também seja ótima), sendo que, durante o resto do tempo, apenas se escuta os sons naturais do cenário, como passos, o som do galope do cavalo e etc. Embora eu tenha de admitir que todo o cenário é belíssimo, a ausência de trilha sonora e o longo esforço e tempo empreendido para encontrar cada monstro, fazem o jogo ficar, ocasionalmente, um pouco maçante, lembrando, vagamente, as incontáveis horas de publicidade das paisagens lindas, mas terrivelmente tediosas, da Nova Zelândia, que a adaptação de O Senhor dos Anéis, nos trouxe(é verdade, me matem se vocês quiserem, mas admitam).
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Venham visitar a Terra Proibida do demônio Dormin! Tragam suas famílias e amigos, afinal, ele sempre está com fome! |
De todo jeito, confesso que vou ficar pelas próximas semanas, bastante entretido em matar os dezesseis monstros, libertar Dormin e tramar o apocalipse. Se alguém mais animar em me seguir nos meus maléficos planos, dê uma olhada no trailer do jogo, que postei abaixo.